Gestão de terceiros e riscos de integridade
10 de dez. de 2025

As organizações dependem de uma excelente gestão de terceiros e riscos de integridade, para mitigar riscos envolvendo fornecedores, parceiros de negócios, prestadores de serviço, colaboradores e outros agentes que sustentam a execução dos processos e viabilizam o cumprimento dos objetivos operacionais e estratégicos.
Uma pesquisa global conduzida pela Ernest Young (EY) sobre gerenciamento de riscos de terceiros em 2025 destaca que líderes de risco estão adotando inteligência artificial e centralização de processos para responder a um ambiente de riscos mais volátil e complexo, com foco em automação, análise contínua e eficiência operacional. Diante disso, é perceptível a importância de integrar tecnologia avançada na gestão de terceiros e riscos de integridade para aumentar a capacidade de monitoramento e resposta às ameaças.
Embora indispensáveis à dinâmica empresarial, os terceiros podem gerar impactos reputacionais, econômicos, financeiros e jurídicos expressivos quando seus riscos de integridade não são devidamente avaliados e administrados pela empresa contratante.
Nesse contexto, a gestão de terceiros e riscos de integridade faz parte do núcleo da governança corporativa, influenciando decisões estratégicas, a sustentabilidade do negócio e a relação com investidores, reguladores e a sociedade.
A evolução da gestão de terceiros nas empresas
A gestão de terceiros e riscos de integridade tem sido utilizada como mecanismo de proteção institucional há anos. Logo, práticas como a consulta a indicadores financeiros antes do início do relacionamento comercial e o acesso a bases de dados com informações reputacionais, sancionatórias e relacionadas à corrupção são parte da rotina das organizações mais maduras.
Embora os fatores ambientais, sociais e de governança sejam debatidos há décadas, a pressão por transparência e responsabilidade corporativa aumenta a cada não, o que ampliou o debate sobre quais riscos devem ser considerados na gestão de terceiros e riscos de integridade, gerando dúvidas legítimas sobre escopo, profundidade e critérios de avaliação.
Integração entre riscos de integridade de terceiros
Riscos financeiros, reputacionais e de corrupção não são elementos externos à agenda empresarial. Pelo contrário, integram diretamente essa pauta. A gestão de terceiros e riscos de integridade não substitui os procedimentos tradicionais de análise de riscos, mas os incorpora e amplia, exigindo que a empresa passe a observar um conjunto mais amplo e dinâmico de informações sobre seus parceiros de negócios.
A análise de riscos de integridade permite estruturar um processo sustentável e atualizado de avaliação de terceiros, reduzindo a dependência de análises pontuais e desconectadas da realidade operacional. Dessa forma, a gestão de terceiros e riscos de integridade passa a ser tratada como um processo permanente, e não como uma etapa isolada da contratação.
Tecnologia como pilar da gestão de terceiros e riscos de integridade
O aumento da interdependência entre empresas e terceiros trouxe maior complexidade às relações comerciais. Nesse cenário, integrar a gestão de riscos de integridade ao uso de tecnologia é essencial para alcançar eficiência e tempestividade nas análises.
As soluções tecnológicas viabilizam a avaliação de grandes volumes de terceiros, reduzem o tempo de resposta e oferecem maior consistência na tomada de decisão. Note que o ganho operacional é determinante para equilibrar riscos e benefícios em cada contratação, mantendo a fluidez dos negócios sem comprometer a integridade corporativa.
Due Diligence e a efetividade da análise de terceiros
A gestão de terceiros e riscos de integridade é tida como um orientador na gestão de riscos como um todo. O desafio atual está em manter o processo efetivo, atualizado e aderente à realidade regulatória, especialmente na etapa de Due Diligence.
Uma Due Diligence consistente precisa ser analítica, tempestiva, documentada em procedimentos formais e integrada a um processo estruturado. Assim, as avaliações superficiais ou meramente protocolares não são suficientes para mitigar riscos relevantes, sobretudo em cadeias de fornecimento extensas e dinâmicas.
Manter o monitoramento contínuo e atualizado ambém é uma das principais dificuldades observadas na prática da gestão de terceiros e riscos de integridade, especialmente quando realizado de forma manual ou fragmentada.
Volume de terceiros e volatilidade das relações comerciais
Dois fatores comprometem diretamente a eficiência do processo: o crescimento do volume de terceiros e a volatilidade das relações comerciais. As empresas lidam com um número cada vez maior de parceiros, o que dificulta o acompanhamento sistemático dos riscos para subsidiar decisões estratégicas.
Além disso, processos de avaliação mais rigorosos, que envolvem cotações, verificações cadastrais e análises periódicas, tornam essas relações naturalmente mais instáveis. Via de regra, os terceiros são substituídos com frequência, exigindo que a empresa acompanhe mudanças societárias, operacionais e reputacionais de forma e conheça essa dinâmica.
Pressão regulatória e responsabilidade sobre a cadeia de terceiros
A relevância da gestão de terceiros e riscos de integridade também é impulsionada pela pressão crescente de investidores, governos e da sociedade. Há um entendimento cada vez mais claro de que as empresas são responsáveis pelos impactos ambientais, sociais e econômicos ao longo de toda a cadeia de suprimentos.
Países como França, Austrália, Alemanha, Noruega, Suíça e Países Baixos já possuem legislações que reforçam o dever de diligência sobre terceiros. Outros mercados avançam com projetos legislativos em discussão, ampliando o escopo de responsabilização corporativa.
O impacto da gestão de terceiros e riscos de integridade no Brasil
Considerando a relevância do Brasil no comércio global, especialmente como exportador de commodities e pela dimensão da agropecuária nacional, os efeitos dessas legislações internacionais são inevitáveis. A tendência é que o país avance na criação de normas próprias, alinhadas aos padrões internacionais, reforçando o compromisso com práticas responsáveis e sustentáveis.
Ao traçar um paralelo com a legislação anticorrupção brasileira, é possível observar um caminho semelhante: prevenção como elemento atenuante de sanções e responsabilização objetiva das empresas. A responsabilização pela cadeia de terceiros tende a seguir lógica semelhante, considerando a gravidade da conduta, a extensão do dano e a capacidade de reparação.
Dever de diligência e impossibilidade de alegar desconhecimento
As empresas não poderão alegar desconhecimento sobre sua cadeia de terceiros. O que é esperado é justamente o contrário, que dominem seus processos, conheçam seus parceiros e mantenham mecanismos eficazes de avaliação e acompanhamento.
A gestão de terceiros e riscos de integridade passa, assim, a ser um elemento estruturante da governança corporativa, diretamente conectado à sustentabilidade do negócio e à sua permanência em mercados cada vez mais regulados e exigentes.
Conclusão
Os terceiros exercem influência direta sobre a reputação, a estabilidade financeira e a exposição jurídica das empresas. Diante de um ambiente regulatório em expansão e de uma sociedade mais vigilante, incorporar a gestão de terceiros e riscos de integridade como o uso de tecnologias de otimização dos processos de verificação é uma necessidade concreta para a tomada de decisão responsável e sustentável.
A gestão de terceiros transforma o risco operacional e regulatório em informação mensurável. A consolidação estruturada de dados permite rastreabilidade, consistência analítica e decisões sustentadas por dados, reduzindo interferências subjetivas e interpretações isoladas. Para entender como estruturar esse nível de controle no seu programa de compliance, converse com os especialistas da Kronoos.


