Compliance digital para empresas em processo de internacionalização

31 de out. de 2025

Compliance digital para empresas em processo de internacionalização

Sua empresa sabe quais são os riscos de compliance digital para empresas em processos de internacionalização?

As empresas que expandem internacionalmente enfrentam riscos jurídicos muito mais complexos e precisam lidar com diferentes legislações de privacidade de dados, requisitos de segurança da informação e regulamentos locais de comércio e cibersegurança. Por exemplo, ao atuar em países da União Europeia, é essencial respeitar o GDPR, enquanto nos Estados Unidos algumas normas estaduais são mais rígidas ou específicas. A globalização aliada ao uso de plataformas digitais exige um compliance que ultrapasse fronteiras, integrando governança proativa, tecnologia e inteligência cultural.

Logo, sem um programa de compliance digital robusto, a empresa corre riscos de multas, sanções reputacionais e interrupção de operações em jurisdições onde o descumprimento regulatório é intolerado.

Como unificar as políticas de compliance digital entre diferentes países?

Na prática, padronizar as políticas exige definir um framework global de governança de dados e segurança da informação, mas adaptado às particularidades locais. A governança jurídica digital deve se antecipar à operação, definindo um programa com controle centralizado, processos de classificação de dados e regras claras para transferência internacional.

A adoção de RegTech (tecnologia para regulamentação) é uma solução que automatiza o monitoramento regulatório, ou seja, checam periodicamente as atualizações de leis e apoiam a tomada de decisão em tempo real.

Além disso, as empresas devem considerar o Brussels Effect”, que são os regulamentos europeus (como o GDPR) que têm efeito extraterritorial e acabam servindo como norte para empresas atuantes em mercados globais.

Quais desafios regulatórios nacionais e internacionais se intensificam com a digitalização?

A expansão internacional traz uma sobreposição normativa, ou seja, além da LGPD brasileira, há obrigações como GDPR, sanções econômicas, normas antissuborno e legislações de cibersegurança. Um dos grandes obstáculos está na convivência entre esses regimes, porque as exigências mudam conforme o país e a empresa precisa respeitar cada uma sem comprometer a eficiência operacional, conforme destacado por especialistas em compliance digital.

Também cresce a necessidade de resiliência cibernética. A pesquisa Resiliência Cibernética da PwC de 2025 aponta que poucas empresas estão preparadas para riscos cibernéticos em escala, apesar do aumento das regulamentações de segurança digital.

Como a empresa pode estruturar seu programa de compliance digital durante a internacionalização?

A estruturação eficaz do compliance digital global demanda três pontos essenciais, são eles:

Governança de TI e de dados

A governança estruturada de TI e de dados sustenta qualquer programa de compliance digital global. O processo envolve políticas que definem o tratamento das informações sensíveis, fluxos de classificação documental e controles de acesso compatíveis com legislações de múltiplas jurisdições. A operação internacional exige arquitetura tecnológica com ambientes em cloud que ofereçam rastreabilidade, trilhas de auditoria, criptografia robusta e mecanismos que permitam responder a fiscalizações transfronteiriças. Essa governança estabiliza processos internos, reduz variações entre países e cria uma base uniforme para decisões corporativas em mercados distintos.

Tecnologia RegTech

A adoção de RegTech confere precisão ao compliance digital em escala global. As plataformas utilizam automação para identificar regras aplicáveis, rastrear alterações regulatórias e emitir alertas imediatos quando há indícios de exposição a riscos normativos. Essa tecnologia simplifica a leitura de legislações estrangeiras, centraliza obrigações de diferentes órgãos reguladores e permite que equipes jurídicas e de compliance atuem com previsibilidade. O uso estratégico de RegTech fortalece a padronização de procedimentos, harmoniza requisitos de países com maturidade regulatória distinta e sustenta a expansão internacional com eficiência operacional.

Cultura de compliance

A cultura de compliance amplia o alcance das ferramentas tecnológicas e transforma diretrizes em prática cotidiana. O processo envolve capacitação das equipes alocadas em diferentes países, criação de ritos de reporte compatíveis com estruturas multiculturais e implantação de governança distribuída. Assim, cada subsidiária segue o programa global com alinhamento conceitual e autonomia operacional, respeitando particularidades locais. A cultura orienta condutas, reduz conflitos interpretativos e mantém a coerência do programa de compliance digital em matrizes e filiais.

Triagem global no Compliance digital

A triagem global funciona como o eixo que organiza o compliance digital em operações internacionais. A empresa passa a trabalhar com um mapeamento contínuo das normas que afetam cada país, reduzindo ruídos entre unidades e sustentando decisões alinhadas ao programa global.

Identificação de requisitos regulatórios internacionais

A primeira camada da triagem reúne as legislações que incidem sobre a expansão: proteção de dados, requisitos de cloud, sanções, normas setoriais, controles de exportação, diretrizes ESG e regras de reporte financeiro. A coleta é orientada por critérios técnicos e integra dados de autoridades locais, organismos multilaterais e frameworks globais.

Classificação por impacto e criticidade operacional

A segunda etapa converte esse volume regulatório em uma estrutura pragmática. As normas são distribuídas por categoria de risco, área responsável, potencial de impacto, dependências tecnológicas e urgência de implementação. Esse nivelamento reduz divergências entre países e impede interpretações isoladas que afetam a consistência do programa global.

Conversão em parâmetros e controles aplicáveis

A triagem só se completa quando cada exigência se transforma em ações concretas: regras de acesso, políticas de dados, critérios de Due Diligence, requisitos para Onboarding de fornecedores, controles de TI, padrões de retenção e fluxos internos de reporte. Essa tradução técnica permite que as unidades internacionais operem com previsibilidade e respondam a fiscalizações com base em evidências documentadas.

Quais são os benefícios estratégicos de adotar compliance digital em empresas globais?

A implementação do compliance digital durante a expansão internacional gera vantagens operacionais e reputacionais:

  • Melhora a confiança de investidores estrangeiros e parceiros de negócio, porque demonstra governança e transparência;

  • Reduz riscos legais e financeiros, evitando multas e interrupções de operação;

  • Aumenta a resiliência cibernética da organização, com controles digitais mais sofisticados e monitoramento;

  • Cria uma base escalável para crescimento: processos padronizados permitem replicação eficiente em diferentes mercados, sem retrabalho manual.

Conclusão

O Compliance digital para empresas em processo de internacionalização depende de um programa global e exige visão integrada de governança, tecnologia (RegTech) e cultura organizacional. O avanço para outros mercados coloca a empresa diante de exigências regulatórias que mudam conforme o país, o setor, a autoridade fiscal, o tipo de dado tratado e a estrutura societária adotada.

Desse modo, a triagem global evita interpretações divergentes entre unidades, reduz custos com adequações tardias, fortalece a posição da empresa em processos de Due Diligence e sustenta expansões que dependem de confiança regulatória. Com isso, o processo de internacionalização segue uma lógica estruturada, ancorada em sistemas, governança e critérios verificáveis. Entre em contato com nossa equipe de especialistas para saber mais sobre as soluções Kronoos.

 

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