Qual a tendência de fraudes digitais para 2026?
23 de out. de 2025

O aumento de ataques ao sistema financeiro digital já não é novidade, mas a tendência de fraudes digitais para 2026 deve envolver o aprimoramento e a sofisticação dos crimes cometidos com o emprego de inteligência artificial, identidades sintéticas, Deepfakes e golpes personalizados. Com o crescimento exponencial das transações digitais, as instituições que não investirem em tecnologia estarão mais expostas do que nunca.
O Banco Central brasileiro anunciou que vai endurecer regras após um aumento de ciberataques. No terceiro trimestre de 2025, foram reportados 68 incidentes e 37 fraudes, o maior número desde que começaram os registros, em 2018, segundo a Reuters.
O Banco Central do Brasil alertou ainda para vulnerabilidades no sistema financeiro, destacando que muitos provedores terceirizados não implementam validações robustas em suas APIs, o que amplia a superfície para ataques cibernéticos.
Quais tipos de fraude digital devem crescer mais em 2026?
As fraudes por identidade sintética (“synthetic identity”) devem se tornar ainda mais comuns. Nesse tipo de fraude os criminosos combinam dados reais de pessoas com informações fictícias para criar “novos” perfis, dificultando a detecção por verificações convencionais de KYC. O novo método usado pelos criminosos se beneficia exatamente das lacunas de verificação das fintechs que ainda não adotam controles robustos.
Outra grande tendência para 2026 é o uso de Deepfakes com IA. Os golpistas já começam a usar vozes sintéticas, vídeos falsos ou rostos gerados por IA para assumir identidades e realizar transações ilegítimas ou pedir resgates. Esse tipo de fraude vai exigir sistemas de detecção baseados em geração adversarial (GAN) para identificar manipulações sutis.
Além disso, golpes com engenharia social hiperpersonalizada devem se intensificar. Com a coleta massiva de dados e algoritmos que podem simular conversas muito próximas à realidade, os criminosos vão aumentar a efetividade das campanhas de Phishing, SMS ou chamadas de voz.
A fraude transacional, especialmente em pagamentos digitais também tende a escalar. À medida que mais pessoas usam meios de pagamento instantâneo e compras parceladas sem entrada, os fraudadores aproveitam as brechas para movimentar recursos com menos risco aparente.
Por fim, há uma probabilidade crescente de ataques colaborativos multicanal. Os criminosos vão combinar fraude digital com outros formatos. Por exemplo, usar redes sociais para iniciar um golpe, passar por autenticação de dispositivo, e depois executar transações via app financeiro. Assim, a tendência é aplicação de golpes coordenados e ainda mais sofisticados.
Como a inteligência artificial será usada nas fraudes em 2026?
A IA será arma principal dos fraudadores. Isso porque as técnicas de generative AI permitirão criar perfis falsos convincentes, simular documentos e até produzir conversas de voz artificiais que enganam sistemas de autenticação.
Os Deepfakes de voz devem ser usados para contornar autenticações por biometria de fala ou call center. Com poucos segundos de áudio de uma pessoa, golpistas podem gerar áudio convincente para solicitar transferências ou resetar senhas. Isso já é uma realidade explorada por criminosos, e a tendência é que se torne ainda mais acessível tecnicamente.
Além disso, a IA será usada para analisar comportamento, dominar padrões de consumo e construir ataques segmentados. Modelos sofisticados podem rastrear como uma pessoa se comporta digitalmente, identificando horários das transações, tipos de compras, geolocalização, e gerar mensagens fraudulentas personalizadas para cada vítima, ou seja, a automação torna os ataques mais escaláveis.
Por outro lado, fraudadores poderão usar IA para testar as defesas das instituições financeiras. Um estudo recente aponta para o uso de identidades sintéticas modificadas levemente, chamadas de “Repeaters”, que exploram falhas nos sistemas de KYC e biometria. O que ocorre é que as identidades variam apenas um pouco entre si, tornando difícil para os sistemas bloquearem todas sem dar falso positivo.
Finalmente, a IA também pode gerar provas falsas muito convincentes. Atualmente, é possível usar GANs para criar imagens, vídeos ou documentos fraudulentos com altíssima fidelidade. Isso significa que as instituições terão que adotar ferramentas igualmente avançadas para autenticar o que recebem.
Quais grupos estão mais vulneráveis a fraudes em 2026?
Os jovens até 25 anos devem continuar como alvo principal dos cibercriminosos em 2026. De acordo com dados recentes da Serasa Experian, as tentativas de fraude contra esse público cresceram 43% no primeiro semestre de 2025. Isso ocorre poque eles são altamente conectados, usam vários canais digitais e muitas vezes têm menor experiência para identificar sinais de fraude sofisticada.
Por outro lado, os usuários de contas digitais em fintechs e novos meios de pagamento também estarão mais expostos por ter menos proteção do que clientes bancários tradicionais, principalmente se a instituição financeira não fizer uma avaliação de risco avançada e não adotar sistemas de monitoramento dinâmico.
As instituições financeiras que trabalham com pagamentos instantâneos, como o Pix, por exemplo, também estão na mira. A agilidade dessas plataformas agrada muito aos consumidores, mas também aos fraudadores, que se aproveitam de processos de aprovação mais simples ou de movimentações rápidas com menor tempo para análise manual.
Os clientes de criptomoedas também continuarão sendo preferência dos ciberataques. O crescimento de carteiras digitais e Exchanges abre espaço para fraudes de identidade e lavagem via ativos cripto. Uma pesquisa recente mostrou que o Brasil está avançando em prevenção de identidade no cripto, mas o risco permanece real.
Por fim, grandes corporações financeiras também correm risco, à medida que os criminosos escalam os ataques, as instituições são afetadas no ponto de vista reputacional se não adotarem estratégias de defesa condizentes.
Quais serão os desafios para as instituições financeiras em 2026?
O primeiro desafio será acompanhar a velocidade das fraudes alimentadas por IA. As instituições precisarão monitorar transações e antecipar padrões novos, ou seja, sistemas legados podem não suportar a escala e a adaptabilidade exigida.
Outro problema será o custo de tecnologia. Adotar modelos avançados exige investimento pesado em infraestrutura de TI, dados e time de especialistas. As empresas menores terão mais dificuldade para manter competitividade sem sacrificar a margem.
A coleta e integração de dados será crítica. Detectar fraude sofisticada exige visão ampla e correlacionada: transações, comportamento de login, biometria, localização. Organizar esses dados para alimentar modelos avançados e garantir privacidade será tarefa complexa.
Por fim, as empresas terão que lidar com a educação dos clientes. Mesmo com tecnologia, se o usuário não souber identificar riscos, a prevenção falha. Por isso, adotar estratégias como alertas, educação e comunicação é fundamental.
Como será a resposta do mercado e do setor regulatório?
As instituições que percebem a fraude como risco estratégico vão acelerar a adoção de soluções analíticas avançadas. Os bancos, fintechs e plataformas de pagamento devem investir em inteligência artificial para detecção de anomalias, modelagem de redes de relacionamento e verificação em tempo real.
As parcerias entre instituições e empresas de segurança tendem a se intensificar e as plataformas de dados colaborativos ajudarão a compartilhar sinais de fraude entre players, elevando a eficiência na detecção e reduzindo duplicações de esforço. Isso será fundamental para combater fraudes multicanal e identidades sintéticas.
Os reguladores provavelmente vão endurecer requisitos de reporte e monitoramento. Já vemos sinais disso com a crescente atenção sobre compliance, KYC e obrigatoriedade de tecnologias antifraude. Novas normas poderão exigir prova de eficácia dos modelos de IA e auditoria independente de como os sistemas detectam Deepfakes, por exemplo.
Também é provável que novas soluções sejam reguladas ou mesmo incentivadas: consórcios para validação de identidade, redes seguras entre instituições, e uso de modelos de IA compartilhada, visando escalar detecção sem que cada empresa desembolse sozinha o custo mais alto.
Qual será o impacto econômico do avanço das fraudes digitais em 2026?
O aumento das fraudes digitais em 2026 vai elevar os custos operacionais para instituições financeiras pelo investimento necessário em tecnologia antifraude, e, claro perdas diretas. As empresas terão que alocar mais recursos para detecção, resposta e prevenção.
Também vai aumentar o risco reputacional. Quando uma grande fraude com Deepfake ou identidade sintética vier à tona, a confiança dos clientes cai rapidamente, afetando a retenção e a atração de novos usuários. Para fintechs, isso pode comprometer seu modelo de crescimento escalável.
As empresas precisarão demonstrar que seus sistemas de prevenção são eficazes, e isso implica auditorias, avaliações de risco contínuas, governança de IA e governança de dados, o que encarece a operação, elevando o custo regulatório.
Por outro lado, a escalada das fraudes também deve fomentar o mercado de segurança digital. Há oportunidade para fornecedores de tecnologia antifraude, consultorias especializadas e startups que trazem inovação para monitoramento, análise de risco e autenticação. Isso gerará novos fluxos de receita e reforçar um ciclo de amadurecimento da indústria.
Quais estratégias as empresas devem adotar para se proteger das fraudes digitaiss em 2026?
Em primeiro lugar, devem investir em modelos avançados de prevenção. É essencial construir uma governança de risco robusta, com times dedicados, processos claros e métricas de desempenho para detectar e responder a fraudes. A governança deve estar alinhada à estratégia de negócio para que a prevenção não seja apenas compliance, mas vantagem competitiva.
Outra frente é a colaboração entre instituições. Compartilhar sinais de fraude e análises ajuda a identificar ataques distribuídos mais rapidamente e com menos esforço.
Também é fundamental investir em educação do cliente. Informar usuários sobre os riscos de Deepfakes, engenharia social e golpes hiperpersonalizados por meio de campanhas direcionadas para esta finalidade.
Por fim, planejar para o longo prazo, focando em prevenção, ou seja, alocar orçamento para tecnologia antifraude de próxima geração, reservar recursos para auditoria de modelos de IA e prever escalabilidade.
Conclusão
A tendência das fraudes digitais em 2026 aponta para ataques mais inteligentes orquestrados por IA, apoio de identidades sintéticas, Deepfakes e redes criminosas sofisticadas. Logo, as instituições que ainda dependem de controles tradicionais estarão em desvantagem.
Neste contexto, a adoção de tecnologias de análise de movimentações financeiras não é uma exigência operacional. Isso possibilitará bloquear operações suspeitas, minimizar perdas, manter a confiança dos clientes e a conformidade. Por isso, investir nessa infraestrutura agora é preparar o terreno para resistir à próxima geração de fraudes.
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